sexta-feira, 1 de julho de 2011

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III: DOCÊNCIA EM LITERATURA DE LÍNGUA PORTUGUESA

LEIDE ALVES DOS SANTOS DA COSTA

MARCELO DE JESUS CHUCRE

SUELEN ARAÚJO DA SILVA

TERMO DE APROVAÇÃO

Relatório Final de Estágio Supervisionado III: Docência em Literatura de Língua Portuguesa, apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Letras, do Instituto de Ensino Superior do Amapá – IESAP

DATA 15/06/2011

NOTA___________

( ) APROVADO ( ) INSUFICIENTE

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PROFESSORA ORIENTADORA

RESPONSÁVEL PELO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

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COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III – NUPEC/IESAP

A todos que acreditam que a educação é o único caminho para a transformação social.

AGRADECIMENTOS

A Profª. Katiúscia Fernandes da silva, pelas orientações.

Aos colegas de curso pela amizade.

A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho.

Ora, a leitura é a possibilidade de diálogo para além do tempo e do espaço; é o alargamento do mundo para além dos limites de nosso quarto, mesmo sem sairmos de casa; é a exploração de experiências as mais variadas, quando não as podemos realmente.

Luzia de Maria

INTRODUÇÃO

Dando conclusão ao trabalho do Estágio Supervisionado III: docência em Literaturas de Língua Portuguesa do curso de Licenciatura Plena em Letras Língua Portuguesa/Francesa e suas respectivas Literaturas, tendo em vista a necessidade de uma experiência prática onde aplicou-se grande parte dos fundamentos aprendidos ao longo das aulas de estágio com os princípios teóricos estudados, agora trabalhando em sala de aula, neste momento, aliou-se a teoria à prática, demonstrando, assim, o quanto é enriquecedor e importante esta etapa na formação acadêmica e profissional do futuro docente.

O Estágio Supervisionado III: docência em Literaturas de Língua Portuguesa foi realizado em turmas de 1ª e 2º série do Ensino Médio do primeiro turno da Escola Estadual Raimunda dos Passos Santos localizada na avenida: Lourenço de Sá nº2163 no bairro: Novo Horizonte, na cidade de Macapá, estado do Amapá. Esta etapa, com carga horária de 100 horas, iniciou no dia 02 de maio e terminou no dia 12 de maio de 2011, com carga horária semanal de 20 horas aulas.

O Estágio Supervisionado III teve o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas, bem como confrontá-los com a prática pedagógica propriamente dita, buscando firmar uma prática que seja significativa.

Este relatório é composto da descrição das observações e das experiências vivenciadas no período de regência em sala de aula que se baseou nos quatro pilares da educação e também na tendência sociointeracionista do processo de ensino-aprendizagem.

1. IDENTIFICAÇÃO

Leide Alves dos Santos da costa, nascida em 13 de julho de 1981, na cidade de Macapá-Amapá, filha do pastor Clodoaldo Soares dos Santos e da dona de casaRosa Alves de Souza. Casada com o empreiteiro Antonio Leite da Costa, mãe de uma menina: Tayssa Leite da costa. Acadêmica do 6º Período do Curso de Letras Licenciatura Plena em Português/ Francês e respectivas Literaturas no IESAP. Deu início aos seus estudos na Escola Estadual Profª Ruth de Almeida Bezerra, concluindo o Ensino Médio na Escola Estadual Profª Esther da Silva Virgolino na cidade de Macapá, na qual reside com sua família.

Suelen Araújo da Silva, nascida em 30 de novembro de 1990, na cidade de Capanema-Pará, filha do autônomo José Ricardo Barbosa da Silva e da Professora Rosimeire Araújo da Silva. Acadêmica do 6º período do curso de Letras Licenciatura Plena em Português/Francês e respectivas literaturas no IESAP. Deu início aos seus estudos no Colégio Mundo Infantil, concluindo o Ensino Médio no Colégio São Pio X na cidade do Pará, onde reside com sua família.

2. REFERENCIAL TEORICO

Segundo Pimenta e Lima (2004), o estágio é a primeira etapa, que o acadêmico perpassa para criar sua identidade como educador. Para isso, as autoras tomam como base a psicologia social, o campo teórico da pedagogia e da didática e socializações dos Endipes (Encontros Nacionais de Didática e Pratica de Ensino). E para melhor compreensão do docente as autoras fazem algumas perguntas como:

Mas em que consiste a identidade docente? Com que elementos históricos e sociais, saberes e conhecimentos o professor constrói sua identidade? Qual a relação entre identidade e formação docente? De que maneira o estágio como componente curricular pode contribuir na construção da identidade docente? (PIMENTA e LIMA 2004).

Para elas, a psicologia social contribui na identidade do docente, quando este se ver no mundo social, que constantemente passa por modificações necessárias, e quando o acadêmico também, aprende a trocar experiências vivenciadas em cada estágio. Já na identidade profissional, os acadêmicos constroem sua identidade, a partir de seus conhecimentos teóricos e didáticos.

De acordo com as autoras é no estágio, que os acadêmicos começam a refletir e analisar sobre seu profissionalismo e o que o espera em uma sala de aula. Pimenta e Lima mostram que o fortalecimento da identidade também parte das condições de trabalho, do reconhecimento e valorização da profissão. O Endipe, por sua vez, trás para os acadêmicos e professores experiências para a construção de sua identidade, enquanto estagiário e orientador de estágio.

Considerando a abordagem das autoras, o estágio é de extrema importância para o docente, pois, através dele podemos conhecer o universo escolar, trocar experiências com outras pessoas e saber a direção a ser tomada, enquanto profissionais. Porém, a autora chama a atenção para os orientadores de estágio, para direcionarem os seus alunos, discutindo e mostrando para eles, quais os percalços da profissão. No entanto, só saberemos de fato o que é ser professor quando assumirmos tal profissão.

Segundo Navarro (2000) as diversas temáticas envolvendo os estágios supervisionados, contribuem para uma base sólida para a formação dos profissionais da educação apesar das dificuldades, considerando que nem sempre os professores e estagiários têm clareza sobre os objetivos que orientam suas ações no contexto escolar e no meio social onde se inserem, sobre os meios existentes para realizá-los, sobre os caminhos e procedimentos a seguir, ou seja, sobre os saberes de referência de sua ação pedagógica, faz sentido investir no processo de reflexão nas e das ações pedagógicas realizadas nos contextos escolares (apud PIMENTA; LIMA, 2004).

Na direção desse aprofundamento, Pimenta (1994) partindo de pesquisas realizadas em escola de formação de professores, introduz a discussão de práxis, na tentativa de superar a decantada dicotomia entre teoria e prática. Conclui que o estágio ao contrário do que se propugnava, não é atividade prática, mas teórica, instrumentalizadora da práxis docente, entendida esta como atividade de transformação da realidade. Nesse sentido, o estágio curricular é atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade, esta, sim, objeto da práxis. Ou seja, é no contexto da sala de aula da escola, do sistema de ensino e da sociedade que a práxis se dá.

3. DETALHAMENTO DO ESTÁGIO

O Estágio Supervisionado III: docência em Literatura de Língua Portuguesa teve início no dia 17 de fevereiro e concluído no dia 30 de junho tendo uma carga horária de 100 horas/aulas. Onde desenvolveu-se atividades planejadas para ter-se acesso a teoria e prática.

O Estágio Supervisionado II foi desenvolvido a partir de atividades teóricas ampliadas dentro da instituição e foram relacionadas com atividades práticas realizadas no âmbito escolar.

3.1. Orientações teóricas no IESAP:

No dia 17 de fevereiro deu-se inicio a aula de estágio supervisionado III, onde nos foi apresentado os objetivos da disciplina. Na aula seguinte debatemos o texto “O ensino de Literatura” da autora Ione Maria. Ao longo das aulas assistimos ao filme Central do Brasil, fizemos uma análise do filme com o texto “Formar leitores e tornar-se leitor – prioridade em qualquer nível escolar e na vida” de Luiza de Maria, apresentamos Micro-aulas referentes ao ensino de literatura, discutimos sobre literatura infantil e fizemos uma análise de livros de Língua Portuguesa/ Literatura.

3.2. Observação do contexto escolar:

Um período onde tudo o que acontece é novidade, principalmente para estagiários que ainda não têm ou possuem pouca experiência em sala de aula. É um momento muito enriquecedor para todas as partes envolvidas, pois, é onde professores, estagiários e alunos estão se encontrando pela primeira vez, então é natural que haja um clima novo, de descoberta ou mesmo, de incertezas e dúvidas que ao longo do Estágio vai se quebrando e quando o trabalho está no ápice do desenvolvimento, é hora de encerrar.

A prática do estágio ocorreu do dia 02 a 12 de maio do ano 2011 na Escola Estadual Raimunda dos Passos Santos, sob a orientação da Professora Katiúscia Fernandes da Silva e realizada pelos acadêmicos Leide Alves dos Santos, Marcelo de Jesus Chucre e Suelen Araújo da Silva.

No dia 02 de maio, chegamos à escola e fomos recepcionados pela diretora adjunta Inez da F. Ramos que nos atendeu e nos apresentou a supervisora Leila Patrícia M. da Silva. A supervisora nos cedeu os horários do Ensino Médio, às 08h30min fomos encaminhadas para sala dos professores e apresentadas a professora Ramona Santana que nos recebeu muito bem e disse que nós poderíamos começar nossas observações no dia seguinte.

No dia seguinte voltamos à escola para observamos as aulas da professora Ramona Santana, a aula iniciou às 07h30min na turma 211 do 2° ano, a professora inicia lendo um texto juntamente com os alunos, tendo como instrumento o livro didático, logo após, ela faz uma análise do texto e corrige alguns exercícios, com pouca participação da turma. A segunda aula é iniciada com o assunto: Adjetivo/ Locução adjetiva, a professora pede que os alunos acompanhem no livro didático e pede que eles respondam as questões do livro na pagina 315. A terceira aula é ministrada na turma 112 do 1° ano onde se estende até a penúltima aula, é trabalhado o assunto Figuras de linguagem, a professora copia o assunto no quadro e os alunos registram no caderno. Logo após conversamos com a professora sobre que assunto iríamos ministrar nossas aulas.

No dia 04 de maio, observamos a aula da Professora Ramona na turma 211, a aula deu início às 09h00min, a docente fez a chamada, depois corrigiu o exercício proposto na aula anterior. Alguns alunos interagem e outros conversavam. Em seguida demos início ao nosso plano de aula para regência a se realizar no dia 12 de maio. No dia 05 de maio, observamos a aula de língua portuguesa nas turmas 211 e 112, a professora pede para os alunos que se dividem em grupos, após ela diz que vai corrigir os textos. A docente dar andamento a aula, dando as coordenadas a cada grupo para a execução dos seminários. Alguns alunos discutem sobre o tema proposto, outros apenas conversam sobre coisas corriqueiras.

3.3. Regência:

No dia 12 de maio, a estagiária Leide Alves ministrou a aula de literatura na turma 211, no 1º e 2º horário, com o assunto 2ª e 3ª Geração do Romantismo. A acadêmica iniciou a aula se apresentando, depois distribuiu as apostilas do referido assunto. A discente fez um pequeno resumo da 1ª Geração do Romantismo, assunto já ministrado pela professora Ramona. A estagiária leu, explicou e fez algumas indagações para que os alunos tivessem uma melhor compreensão do exposto.

Após a explicação acadêmica fez uma dinâmica para que os alunos formassem grupos aleatórios. Equipes formadas a discente leu duas poesias e pediu para que eles respondessem a atividade proposta. Ao contrário do que ela imaginava a maioria dos alunos participaram da aula. Ao termino da aula a estagiaria fez um sorteio de quatro livros, onde um grupo foi contemplado.

No dia 12 de maio a estagiária Suelen ministrou a aula de literatura para os alunos da turma 111, no 3° e 4° horário, com o assunto Trovadorismo. Ela iniciou a aula perguntando aos alunos se eles já tinham ouvido falar sobre o assunto e sobre as cantigas, em seguida copiou no quadro o assunto para que os alunos registrassem no caderno e logo após que os alunos terminaram de copiar, a acadêmica explicou e interagiu com a turma que colaborou respondendo as perguntas, em seguida distribui cópias do resumo do assunto e características de cada cantiga, contendo também a letra da música “Sozinho” de Caetano Veloso, que foi trabalhada em seguida.

A estagiária levou um gravador para que os alunos pudessem ouvir a música enquanto tiravam às características da cantiga, pouco depois, outra atividade foi proposta, os alunos puderam analisar e opinar sobre a influência da escola literária dentro da música e no estilo do autor, em seguida os alunos socializaram seus trabalhos e logo após um livro de literatura foi sorteado pela estagiária e a turma foi liberada para casa, pois não iam ter os últimos horários.

CONSIDERAÇÕES

Portanto, percebemos que todas as etapas do Estágio Supervisionado III foram importantes e enriquecedoras, mas nenhuma delas se compara aos momentos vividos numa sala de aula que, apesar da grande quantidade de alunos, requereu muito do estagiário. Encarar frente a frente toda a dialética educacional, os problemas, como atrasos, o calor, a falta de espaço.

Além disso, foi muito prazerosa a troca de conhecimentos, a atenção que disponibilizaram cada um do seu jeito, para melhor compreensão dos assuntos e dos temas abordados, embora uma pequena parte, ou seja, dois (02) ou três (03) alunos que em alguns momentos precisaram serem chamados a atenção.

Pode-se também observar que o retorno foi satisfatório não apenas pelo aprendizado, pelos gestos de aceitação, pelo retorno dado a cada atividade aplicada em sala de aula, via-se que a recíproca era verdadeira, uma vez que foi entregue todas as atividades produzidas pelos alunos que está anexado a este relatório e o balanço do mesmo foi muito satisfatório.

No começo os alunos ficaram meio desconfiados, uma vez que a professora estava sendo substituída por duas estagiárias. Iniciado os trabalhos e com o andamento das aulas foram adaptando-se à metodologia aplicada ao longo das aulas.

Procurou-se elaborar aulas diferenciadas que despertassem a curiosidade e atenção dos mesmos; percebeu-se também o interesse cada vez maior, a interação com os assuntos abordados e a relação de amizade com as estagiárias, explícitos nas palavras de apoio, nos elogios e o carinho demonstrado nesse período. As atividades dadas em sala de aula foram realizadas com êxito por parte dos discentes, criou-se ainda, um laço afetivo muito forte, fato que proporcionou o sucesso no processo de ensino-aprendizagem bem como o reconhecimento do trabalho, empenho e profissionalismo das estagiárias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MARIA, Luiza de. O clube do livro: ser leitor – que diferença faz?. São Paulo: Globo, 2009.

MARIA, Luiza de. Leitura e colheita: livros leitura e formação de leitores. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio de docência. São Paulo: Cortez, 2004.

Um comentário:

  1. Poço de Misericórdia

    Procuro um poço de misericórdia
    Que tenha água em abundância
    Para saciar a sede do meu povo.

    Na terra onde nasceu
    O gado não muge mais.
    O jagunço do inferno fugiu,
    Entre a caatinga e os cactos sem espinhos.

    Oh, Deus! Procuro um poço de misericórdia
    Onde eu possa umedecer o meu rosto
    Que agora chora lágrimas secas
    Molhando meus olhos de vergonha.

    O sol escalda a coragem do meu povo
    Secando a última gota de suas almas:
    “Sal e lama, cobertores sem cama”.

    Que nossos mártires não olhem para trás
    Para que não fiquem presos no tártaro!

    Dos nossos açudes queremos água,
    Em nosso sertão queremos a paz;
    Pois é do sangue e da guerra
    Que se alimentam os ditadores.

    Procuro um poço de misericórdia...

    *Do livro “O Anjo e a Tempestade”
    ( Agamenon Troyan )

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