terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Escola Estadual Sebastiana Lenir de Almeida

ANTUNES, Irandé. In: Aula de Português: encontro & interação. Repensando o objeto de ensino de uma aula de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. Cap. 3, p. 107-153.

Ivanice Nazario de Carvalho



Maria Irandé Costa Morais Antunes é pós-graduada em Línguas Neolatinas, mestre e doutora em Linguística, e atualmente professora e pesquisadora na Universidade Estadual do Ceará. Ao longo do capítulo 3, do livro “Aula de Português: encontro e interação”, ela apresenta princípios que chamam a atenção para a maneira como deve se ensinar português. Ao sugerir os tipos de atividades a serem realizadas no contexto escolar, ela não tem a intenção de proporcionar algo pronto e acabado, mas de estimular o professor a definir a metodologia que utilizará no momento das atividades que englobam a fala, a escrita, a escuta e a leitura. Ela também cita questões gramaticais relevantes para o entendimento da língua em produções textuais. A linguagem do capítulo acima citado é de fácil compreensão, sua leitura ajuda na reflexão sobre a postura a ser adotada pelo profissional da educação, quando estiver ministrando a aula de português.

No capítulo três do livro “Aula de Português: encontro & interação”, Irandé Antunes detalha as atividades que os professores podem adotar no âmbito da escrita, da leitura, da oralidade e do uso gramatical. A autora enfatiza vários fatos, entre eles a questão da falta de criatividade por parte dos professores, de Língua Portuguesa, em passar aos alunos os conhecimentos necessários para sua vida estudantil e social. O autoritarismo institucional limita as metodologias de ensino dos professores, tornando-os meros “transmissores de conhecimento”.

Segundo o que é exposto neste capítulo, os professores devem trabalhar com os alunos e não para os alunos, dessa forma eles se instituem como mediadores no processo de ensino e aprendizagem. Só há possibilidade de trabalhar com o objeto de aprendizagem, se o objeto de ensino for devidamente selecionado. O que os docentes explicam precisa estar contextualizado a realidade dos alunos, com isso o uso da linguagem se desvinculará das análises morfológicas e sintáticas realizadas no âmbito escolar. Constata-se que a escolha das atividades pedagógicas e do objeto de estudo não coincide com o conhecimento que deve ser transmitido aos educandos; os educadores criam equívocos ao elaborarem as atividades concernentes a escrita, leitura, oralidade e ao uso dos saberes gramaticais.

Ao mencionar o conteúdo programático, Antunes ratifica que a atividade de ensino e aprendizagem deveria se suceder concomitantemente com aquilo que se aspira. É provável que em determinados momentos, o conteúdo priorizará o uso da língua; mais do que atribuir valores às classes gramaticais, os alunos necessitam aprender a utilizá-las na produção e compreensão textual.

As habilidades relativas ao ato de falar e ouvir, são incrementadas por meio da interação dos discentes com exercícios que os ajudam a contextualizar o uso formal do discurso oral. Com a elaboração de textos, eles aperfeiçoam o modo de encadear, ordenar e dar clareza ao que está sendo escrito, além disso, adéquam a sua linguagem, é dessa forma que obtém a competência de escrever. Com o passar do tempo as variedades textuais são identificáveis quando se realiza a leitura, os alunos reconhecem a tipologia e o gênero do que lêem, e o mais importante é a contextualização do que lêem, analisam e produzem; o principal responsável por isso é o professor.

A gramática normativa é socialmente e institucionalmente privilegiada, no entanto, no âmbito escolar, o trabalho com o uso gramatical é descontextualizado da interação social dos educandos, é necessário que eles compreendam os objetivos relacionados à análise linguística e análise dos usos da língua, só assim entenderão como funciona as unidades gramaticais e como empregá-las. Como falantes da Língua Portuguesa, eles sabem quais regras a regem, o conhecimento que tem dessas regras pode ser aperfeiçoado com a mediação feita pelo professor, é necessário “... um ensino que priorize ampliar as habilidades do aluno como sujeito interlocutor, que fala, ouve, escreve e lê textos...”.

A partir das perspectivas acima apresentadas, a autora explica que o trabalho com frases e textos descontextualizados desfavorece a reflexão sobre o real propósito das atividades de construção e compreensão textuais. Quando os professores expõem os objetivos a serem alcançados com os exercícios determinados por eles, fica mais fácil para os alunos entenderem quais habilidades precisam adquirir e para que estão obtendo-as, desse modo a sistematização da língua será efetivada. Como o aprendiz estudantil não tem o domínio pleno das regras gramaticais, progressivamente ele desenvolverá a capacidade de fazer adequações linguísticas, perceberá como funcionam as regras gramaticais em textos orais ou escritos, e compreenderá sua aplicabilidade na dimensão interacional.



Relatório sobre o estágio realizado na Sebastiana Lenir de Almeida

Este relatório discorre sobre as atividades realizadas no transcorrer do Estágio Supervisionado em Docência II, do curso de Licenciatura em Letras Português/Francês e suas respectivas literaturas, do Instituto de Ensino Superior do Amapá-IESAP.

O estágio é concebido como uma maneira de efetivar os conhecimentos teóricos absorvidos na sala de aula, já que essa prática é essencial para o processo de formação dos acadêmicos de Licenciatura em Letras.

Levando em consideração os processos que antecederam o período das atividades realizadas na escola-campo, e o que aconteceu após, as informações aqui expostas foram coletadas no decorrer da carga horária de 100h, este tempo foi dividido em quatro momentos.

O primeiro é caracterizado pela aquisição do conhecimento teórico, sendo que para isso foi apresentado temas relacionados à prática do estágio, resenha sobre o tema: “Repensando o objeto de ensino de uma aula de português”, e por fim uma atividade sobre os PCN’s trabalhados no Ensino Médio.

No segundo dividiu-se os grupos, e a professora orientadora elaborou um ofício no qual estava descrito os tipos de atividades que seriam realizadas na escola-campo e onde também constava os nomes das acadêmicas.

Dando continuidade aos momentos, o terceiro foi desenvolvido por meio da apresentação do ofício, encaminhamento para a sala de aula, observação da turma e contato com a professora; intervenção acadêmica, interação com o ambiente estrutural e organizacional da escola, registro fotográfico do espaço escolar e da turma observada; e por fim, organização, preenchimento e assinatura das fichas.

Concluindo, o quarto momento se sucedeu por meio da ordenação dos dados obtidos e da elaboração desta breve descrição dos trabalhos realizados na instituição estagiada e na academia.

Portanto, cada etapa posta em prática teve o intuito de fornecer subsídio para as acadêmicas no que se refere ao exercício magisterial, supondo-se que desta forma haveria o entendimento das ações inerentes ao âmbito escolar, que abrangem tanto as características sócio-culturais, quanto com as pedagógicas.


1. IDENTIFICAÇÃO

1.1. Dados das acadêmicas

Ivanice Nazario de Carvalho

Jessica Luz da Costa


Curso de Licenciatura em Letras Português/Francês, e suas respectivas literaturas.


5º período - Turma 5 LIC-F-T - Ano 2010.


Início da Disciplina Estágio Supervisionado em 21 de Agosto e término em 11 de Dezembro de 2010, totalizando 100 horas.


1.2. Dados da Escola – Campo de Estágio

Escola Estadual Sebastiana Lenir de Almeida, localiza-se no bairro Buritizal, na Avenida Diógenes Silva, Nº 123, esquina com Santos Dumont, no município de Macapá-Ap.


Telefone para contato: 3212-5238


Site: www.sebastianalenir.com.br.


Professora Colaboradora: Maria Cely S. Santiago, 1ª série do Ensino Médio, 1º turno e 27 alunos.


2. REFERENCIAL TEÓRICO

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96, art. 35 – o Ensino Médio é compreendido como a última etapa da Educação Básica. Nas décadas de 80 e 90 ocorreram discussões relacionadas à realidade educacional brasileira, isso desencadeou reformulações nos sistemas estaduais de ensino. A partir daí institui-se o compromisso de garantir educação básica de qualidade às crianças, jovens e adultos. Os incisos do artigo 35 remetem a idéia de que o educando possui três garantias, formação cidadã (incisos I e III), preparação para o trabalho (inciso II e IV) e para a continuidade dos estudos (incisos I,II e III).


Neste sentido, pode-se afirmar que os dispositivos da LDB têm sido intencionais, orientadores e genéricos e que partindo destes princípios definidos na LDB, o Ministério da Educação, chegou a um novo perfil para o currículo do ensino médio, apoiado em competências básicas para inserção dos jovens na vida adulta. (Francinete Braga, 2004)



No art. 87, § 4º, diz-se que “somente serão admitidos (na educação básica) professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”, com isso há uma delimitação dos profissionais que são considerados realmente aptos para atuar como educador. Do art. 62 ao art. 64, expõem-se dispositivos relacionados aos cursos e programas de qualificação para os professores, tais como: Curso de Licenciatura e de Graduação plena (art. 62), Cursos formadores de profissionais para a educação básica (art. 63, inciso I), Programas de Educação Continuada (art. 63, inciso III), etc. Menciona-se também a respeito dos locais onde esses profissionais poderão ingressar para dar continuidade a sua formação docente. O principal objetivo é que o professor aprenda a adaptar sua metodologia de ensino aos mais diversificados níveis estudantis. Dependendo do processo de formação dos professores, poderão ocorrer mudanças nos parâmetros curriculares para a educação básica ou a sua manutenção.

Assim como na LDB, as sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, intencionam a melhoria educacional para essa fase do ensino. Esse documento representa uma “carta de intenções governamentais”, nele consta uma das principais propostas: educar para a vida. Os conteúdos programáticos propostos no PCNEM para se trabalhar a Língua Portuguesa, visam afastar o educando da sua condição de expectador passivo, proporcionando meios para ele assimilar os efeitos pertinentes ao seu cotidiano. Em cada etapa do seu aprendizado, ele fará as adequações linguísticas necessárias para sua interação social. Supõe-se que as atividades desenvolvidas na sala de aula levarão em conta os saberes adquiridos antes da inserção no Ensino Médio, pois o processo de ensino e aprendizagem está suscetível a interferência do aluno.


Formar indivíduos que se realizem como pessoas, cidadãos e profissionais exige da escola muito mais do que a simples transmissão e acúmulo de informações. Exige experiências concretas e diversificadas, transpostas da vida cotidiana para as situações de aprendizagem. Educar para a vida requer a incorporação de vivências e a incorporação do aprendido em novas vivências. (Pereira, 2000).


Com relação ao Estágio Supervisionado, o art. 82, parágrafo único da LDB, prevê que ele não se realizará de modo a ter vínculo empregatício, pois objetiva-se que o aluno/estagiário desempenhe seu aprendizado pré-profissional interligando a teoria à prática. Sua atuação no campo de estágio depende dos seus conhecimentos teóricos, pois são eles que subsidiarão o diagnóstico das características sócio-culturais, pedagógicos e estruturais inerentes à escola. A prática do estágio tem o propósito de contribuir com o processo de ensino-aprendizagem dos acadêmicos no que se refere à rotina do ato de ser Professor, e de proporcionar a percepção das práticas pedagógicas envolvidas na unidade de ensino estagiada.

Posteriormente, já como professor, ele reformulará as atividades que terão relevância não apenas para suprir as necessidades de comunicação dos seus alunos, mas para ajudá-los a se efetivarem como cidadãos críticos no meio social em que vivem; daí percebe-se o porquê da importância dada à formação do professor, pois ele, enquanto mediador do conhecimento, tem por obrigação permitir que os estudantes do Ensino Médio atinjam as habilidades especificadas pela LDB e PCN’s, por isso a identidade do docente é definida enquanto ele ainda é estagiário. Ele não deve deixar de levar em consideração a realidade do seu público estudantil, consequentemente ele escolherá conteúdos de acordo com o nível de conhecimentos dos discentes. Geralmente os professores de Língua Portuguesa trabalham com frases e textos descontextualizados, o que desfavorece a reflexão do aluno sobre o real propósito das atividades de construção e compreensão textuais. Quando eles expõem os objetivos a serem alcançados com seus exercícios, fica mais fácil para os alunos entenderem quais habilidades precisam adquirir e para que estão obtendo-as. Verifica-se que a escolha das atividades pedagógicas e do objeto de estudo não coincide com o conhecimento que deve ser transmitido aos educandos.

Os professores devem trabalhar com os alunos e não para os alunos, dessa forma eles verdadeiramente se instituirão como mediadores no processo de ensino e aprendizagem. Só há possibilidade de trabalhar com o objeto de aprendizagem, se o objeto de ensino for devidamente selecionado. O que os docentes explicam precisa estar em conformidade com a vivência dos alunos, com isso o uso da linguagem se desvinculará das análises morfológicas e sintáticas realizadas no âmbito escolar. Em muitos casos há falta de criatividade por parte dos professores de Língua Portuguesa, em passar aos alunos os conhecimentos necessários para sua vida estudantil e social. O autoritarismo institucional limita as metodologias de ensino dos professores, tornando-os meros “transmissores de conhecimento”.

Portanto, a partir dessas perspectivas constata-se que em cada processo de formação, seja do aluno, do professor ou do aluno/estagiário; há a busca pelo aperfeiçoamento educacional. De modo geral, os empreendimentos da LDB e dos PCN’s, são: converter a metodologia transmissiva em reflexiva; garantir a aprendizagem; priorizar a oralidade, a escrita, a leitura e a produção textual; valorizar o trabalho com os gêneros textuais; sugerir atividades linguísticas que possibilitem ajustes no modo em que a linguagem é usada; e desenvolver os recursos expressivos de maneira que possam ser aplicados nas diversas formas de realização linguística.


3. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA – CAMPO DE ESTÁGIO

3.1. Histórico

A Escola Estadual Professora Sebastiana Lenir de Almeida começou seus trabalhos pedagógicos dia 1º de Março de 1976, sendo que havia somente o Ensino Fundamental e seu funcionamento ocorria na Escola Paroquial Sagrado Coração de Jesus; mas dia 31 de Março de 1976, foi inaugurada pelo Governador do Território Federal do Amapá, Artur de Azevedo Henning.

O nome desta instituição foi escolhido para homenagear uma educadora que se esforçou em prover melhorias na educação do antigo Território do Amapá, essa homenagem foi instituída pelo decreto lei: nº 016, em 05 de Abril de 1976.

No início, os trabalhos foram realizados precariamente, havia somente 06 salas de aula, uma sala para biblioteca, uma para o laboratório de ciências e uma para as salas de professores. Por carência, constantemente emprestava-se cadeiras da antiga escola. O corpo docente era composto por 23 educadores, no entanto, conforme a lei, a maioria estava desabilitada para atuar nas áreas para as quais foram designados. O público atendido tinha em média 600 alunos. O acesso a escola era restrito, devido seus arredores serem alagados, mas não houve empecilho para o recebimento de alunos de outras escolas; com isso, foi necessário fazer a ampliação do prédio que foi iniciada na gestão da professora Elza Lima.

A partir de 1993 foi implantado o 2º grau, pois o deslocamento para o centro da cidade, onde se podia ter acesso a este grau de ensino, era dificultoso, consequentemente a escola passou a se chamar de Escola Estadual Sebastiana Lenir de Almeida. Em 1996 criou-se o grupo parafolclórico IBACAUA e o laboratório de matemática, onde aconteciam palestras e mini-cursos que contribuíram para a aprendizagem da matéria em questão, lamentavelmente ele foi extinto em 1998. Em determinados momentos, por limitação de vagas, os alunos ingressavam na escola por meio de teste de seleção. Todos os acontecimentos sociais, culturais e esportivos eram anunciados por meio do Informativo Sebastiano.

No inicio do ano 2000, na gestão do professor Charles José, reformulou-se o programa escolar, sua intenção consistia em moralizar o ambiente funcional, pois havia falta de professores na sala de aula. Osmar Pelaes, seu substituto, deu continuidade a esse trabalho.

Já no ano 2004, com o senso escolar, constatou-se que o corpo docente era constituído por 40 professores, e o discente era distribuído em 32 turmas, somando 950 alunos divididos nos três turnos. Para a prática esportiva era disponibilizada a quadra de esportes. Além das 15 salas de aula, há outras utilizadas da seguinte forma: uma sala dos professores, uma sala destinada ao laboratório de informática (mas onde funcionava o auditório), uma biblioteca e uma sala para exibição de vídeo.


3.2. Diagnóstico da escola

De acordo com o PPP e PDE a Escola Estadual Sebastiana Lenir de Almeida dispõe de alguns parâmetros curriculares, onde objetiva sua ação educativa, baseada nos princípios da universalização de igualdade de acesso, permanência e sucesso, da obrigatoriedade do Ensino Médio Regular e o Ensino Médio Integrado e da gratuidade escolar. Por ser uma escola de qualidade, visa princípios como a democracia e ética, participação comunitária do espaço cultural, socialização e desenvolvimento dos discentes com o propósito de prepará-los para o exercício da cidadania através da prática e cumprimento de direitos e deveres.

As observações do espaço escolar começaram no dia 08 de novembro de 2010, na portaria há o monitoramento através de uma vigilante. A escola possui sala de coordenação, sala de orientação educacional, sala de TV e vídeo com retroprojetor, maquina fotográfica, projetor de slides, TV Escola com 160 filmes educativos e documentários, sala de ciências, depósito para materiais de limpeza, quadra de esportes coberta, cozinha, 09 banheiros, sendo que 04 deles são para funcionários e docentes, 05 para alunos, os quais consistem em 02 dentro da escola, 02 na quadra esportiva e 01 para portadores de necessidades especiais, por fim um laboratório de informática com 25 computadores com internet disponível, a Prof.ª Selma é a responsável pelo laboratório.

No educandário há sala de professores com banheiros, geladeira, armários, computador, sofá e mesa para reuniões. Possui direção e direção adjunta onde há um trabalho integrado, em que as ações educacionais são bem definidas como a parte pedagógica e financeira. Na sala de direção há muitos troféus e medalhas da gincana estudantil, as condecorações mais recentes é a da semana do trânsito e das olimpíadas 2010. As salas de aula contêm ventiladores de teto e quadros magnéticos, no refeitório há mesas e cadeiras disponíveis para os alunos lancharem.

A biblioteca é confortável e bastante frequentada, principalmente na semana de provas, têm muitos livros didáticos, mas pouco acervo disponível em relação à língua estrangeira, a bibliotecária responsável pelo acesso aos livros é a Prof.ª Maria Joaquina, o prazo de entrega para empréstimos de livros é de 08 dias. Aproveitando a visita a esse recinto, efetuou-se uma breve análise do livro didático disponível para o trabalho com a Língua Portuguesa e Literatura, pois esse julgamento era parte das atividades a serem realizadas na escola-campo.

- Análise do livro didático

A obra de Ernani Terra e José De Nicola está adequada ao novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a divisão dos conteúdos se dá em três partes: Produção de textos, Gramática e Literatura. Nela há exercícios extraídos de vestibulares e do ENEM, e também é feita uma revisão de cada conteúdo contido nessa obra.

Considera-se como pontos positivos o fato de:

ü Em cada capítulo haver questões que impulsiona o aluno a realizar análises, interpretações de textos e produções textuais;

ü Em alguns capítulos haver subdivisões que se intitulam de “O texto: leitura e reflexão” (p.10), ”A teoria na prática” (p.14), ”Produzindo texto” (p.15), “Pesquisando e produzindo texto” (p.39), “Discutindo a produção de textos” (p.40), “A pontuação: organizando o texto” (p.55), “A gramática no texto” (p.188), “Discutindo a gramática” (p. 217), “Texto e intertexto”.

ü Enfatizar o trabalho com a linguagem,

ü Em alguns capítulos haver um quadro intitulado “De olho no mundo do trabalho”, onde se descrevem profissões e o que se faz nessas profissões;

ü Abordar a intertextualidade, página: 05;

Portanto, os pontos negativos são:

ü Falta de conteúdos que discorram sobre os gêneros orais;

ü Ausência de textos que estejam na íntegra, pois se destaca apenas fragmentos textuais;

ü Trabalho gramatical descontextualizado;

ü Falta de atividades interdisciplinares;

ü Pouco espaço direcionado ao trabalho com a Literatura;

ü Abordagem da Língua Portuguesa desfragmentada da Literatura.

O livro didático é a principal fonte para o ensino, por facilitar a decisão sobre o que e como ensinar, e provê assistência à prática didática.


3.3. Corpo Docente

A escola possui um quadro de profissionais habilitados, onde há capacitação em informática para os servidores, docentes e discentes, proporciona capacitação especifica para os servidores da biblioteca, TV escola, laboratórios, secretaria escolar e administrativa. Contém aproximadamente 45 docentes disponíveis nos três turnos. O ensino é de qualidade, pois os professores dispõem de materiais pedagógicos e paradidáticos adequados que permitem atividades diversificadas dentro de sala de aula.

3.4. Alunos

O educandário abrange aproximadamente 800 alunos divididos em 03 turnos, disponíveis apenas para o Ensino Médio. O índice de evasão escolar é maior no turno da noite, as possíveis causas são o desemprego ou a falta de participação dos pais, com isso alguns alunos ficam desmotivados. Para combater essa evasão a escola dispõe de algumas ações como o resgate de atividades sócio-culturais, envolvimento da comunidade nas ações, eventos, palestras envolvendo os pais e discentes, e projetos como: Produzindo Vídeo, Cinema na Escola, Consciência Negra; sendo que no ano de 2010 foi intitulado de Consciência Negra: O Afrodescendente na Sociedade Atual, entre outros.


4. DETALHAMENTO DO ESTÁGIO

O primeiro contato com a escola-campo, pelas acadêmicas Ivanice Nazario e Jessica Luz, aconteceu no dia 20 de novembro de 2010, onde houve a relação inicial com a supervisão escolar e entrega de oficio. No dia 21 de outubro houve um possível encaminhamento das acadêmicas para sala de aula, mas por haver outros estagiários na turma selecionada, houve a modificação de turma e de professora, somente no dia 26 de outubro a coordenação definiu que as acadêmicas ficariam na responsabilidade da Prof.ª Maria Cely S. Santiago.

No dia 08 de novembro de 2010 as acadêmicas começaram as observações na turma 114 com a professora Maria Cely, no 1º horário, às 7h e 30min. A educadora é atenciosa e paciente com seus alunos, e consegue controlar sua turma. Nesta aula a docente cobrou a atividade que foi passada na aula anterior referente ao dia 03 de novembro para os discentes resolverem no fim de semana, ela estava relacionada ao tema: Figuras de Linguagem. Após a correção do exercício, foi introduzido o assunto sobre sinônimos e antônimos.

Nos demais dias ocorreu às observações do espaço escolar e registro fotográfico. Em 10 de novembro aconteceu a intervenção acadêmica onde foram abordados assuntos como: sinônimos, antônimos, parônimos e homônimos. E posteriormente exemplificação e exercícios sobre os temas abordados. A turma foi dividida em duplas para fazer as atividades, os discentes colaboraram bastante na resolução do exercício de fixação e com a dinâmica que foi feita.

No dia 11 de novembro houve uma pequena entrevista com alguns docentes e demais funcionários, neste dia constatou-se que a coordenação pedagógica organiza plantões pedagógicos para entrega das notas ou verificação das mesmas pelo terminal escolar. De acordo com a secretária, Alcinéia Auxiliadora Dias Maciel, o aluno pode entrar no site da escola para pegar suas notas e se for maior de idade a nota lhe é entregue sem a presença dos responsáveis.

No dia 12 de novembro aconteceu uma entrevista com a docente responsável pelo ensino especial, que nos relatou as dificuldades do ensino com portadores de necessidades especiais, tais como leitura e interpretação textual, ela trabalha em sala de aula leituras e ditados. Há 04 alunos por ela assistidos, 02 pela manhã e 02 à tarde. Em seguida houve registro fotográfico do espaço escolar.

No dia 16 de novembro foi entregue às acadêmicas o PPP e PDE e posteriormente efetuou-se a análise para obtenção dos dados estruturais, organizacionais e pedagógicos inerentes à escola

No dia 18 as acadêmicas participaram do projeto da consciência negra, que neste ano teve como tema: “O Afrodescendente na Sociedade Atual”, abordando a história do negro e suas dificuldades em meio a sociedade contemporânea. Tudo o que se difundiu nos dias 18 e 19 de Novembro, só foi possível porque docentes, discentes, coordenação pedagógica, direção escolar, pais e comunidade em geral, se envolveram direta ou indiretamente nesse projeto. A vereadora Cristina Almeida e Eugênia Foster (UNIFAP), também estavam presentes nessa programação, que incluiu apresentações de dança, trabalhos expostos por meio de cartazes, painéis, caricaturas, maquetes, murais e obras de arte.

No dia 26 de novembro houve a finalização do estágio com o preenchimento das fichas e assinaturas da professora, supervisora e do diretor.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio Supervisionado concedeu a oportunidade de realizar uma análise plussignificativa dos aspectos relacionados à formação dos acadêmicos, quando posteriormente eles estiverem ministrando suas aulas.

Os conhecimentos adquiridos na academia e com a vivência educacional na escola-campo, constataram que a teoria e a prática são indissociáveis. A teoria é trabalhada com a finalidade de oferecer aos futuros professores perspectivas meramente analítica, para que eles entendam os aspectos relacionados à atividade docente. Por outro lado, a prática contribui com a percepção das características envolvidas no contexto sócio-educativo, e da própria prática profissional, assim haverá condições para refletir sobre as probabilidades e limitações envolvidas nas ações educacionais.

No decorrer da prática do estágio constatou-se a importância do conhecimento adquirido tanto com os embasamentos teóricos, quanto com o aprendizado obtido na escola estagiada. O envolvimento das acadêmicas com a realidade estudantil e com a rotina da mediadora do saber, ofereceu uma visão multidimensional dos aspectos que interferem na qualidade do trabalho pedagógico, e no processo de ensino e aprendizagem.

É necessário lembrar que as determinações da LDB e do PCNEM foram estruturadas de modo a fazer sugestões curriculares e não com a finalidade de impor a maneira a ser trabalhada no âmbito escolar.


REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Nilson Teixeira. Significação das palavras. In: Gramática completa para concursos e vestibulares. Editora Saraiva, 2º ed. p. 33.

ANTÔNIMOS, Sinônimos. Disponível em: <http://www.mulhervirtual.com.br/aula/antonimosesinonimos.htm>. Acesso em: 09 nov. 2010.

CARVALHO, Djalma Pacheco de. A Nova Lei de Diretrizes e Bases e a Formação de Professores para a Educação Básica. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2010.

GRÁMATICA, Parônimos e Homônimos. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/gramatica/paronimos-homonimos.htm> Acesso em: 09 de Nov. 2010.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS/PCNs. Ensino Médio.

PORTUGUÊS, Semântica, Sinônimos e Antônimos. Disponível, em: <http://pt.wikibooks.org/wiki/Portugu%C3%AAs/Sem%C3%A2ntica/Sin%C3%B3nimos_e_Ant%C3%B3nimos>. Acesso em: 08 nov. 2010.

SANTOS, Francinete Braga. Resenha crítica: A LDB e o Ensino Médio. Disponível em: <http://www.novoacesso.com.br/resenha-critica-a-ldb-e-o-ensino-medio/>. Acesso em: 28 nov. 2010

TERRA, Ernani; DE NICOLA, José. Português – De olho no mundo do trabalho: volume único para Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2004.

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