terça-feira, 14 de dezembro de 2010

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: NOITE

INTRODUÇÃO

O presente trabalho relata o desenvolvimento do estágio supervisionado II: Docência em Língua Portuguesa do curso de Licenciatura Plena em Letras Português/Francês do Instituto de Ensino Superior do Amapá – IESAP, realizado pelas acadêmicas: Letícia Alves, Gércica Mendes e Mirlla Wanne da turma 5-LIC-FT sob orientação da professora Fádia Cristina da Silva.
O relatório esta dividido em cinco etapas que estão interligadas entre si, sendo que a primeira contém dados referentes as acadêmicas responsáveis pela realização do estágio, além de informações sucintas inerente a escola estagiada. Na segunda etapa é apresentado o referencial teórico que evidencia autores renomados, além de estudos que regem a educação como: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) e os Endipes (Encontros nacionais de Didática e Prática de Ensino) que serviram como embasamento e suporte teórico imprescindível a intervenção espaço escolar.
Assim, no terceiro momento é feita uma descrição minuciosa dos dias de observação que proporcionaram um diagnostico pormenorizada da dinâmica escolar, bem como informações referentes a estrutura física, histórico escolar, corpo docente e discentes.
No quarto momento é apresentado o detalhamento do estagio que demonstra o momento de intervenção nas aulas de Língua Portuguesa, evidenciando suas respectivas datas e ações desenvolvidas. Ademais, na quinta etapa é feita as considerações finais que esclarecem a relevância do estágio supervisionado na construção da identidade dos futuros professores.

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1. Dados dos Estagiários
Gércica dos Santos Mendes
Letícia Alves Sousa
Mirlla Wanne Souza de Sousa

Curso de Licenciatura Plena em Língua Portuguesa / Francesa
5º período – Turma 5 LIC-F-T – Ano 2010-12-11

Inicio da disciplina Estágio Supervisionado em 03 de agosto e termino em 11 de dezembro de 2010, perfazendo um total de 150 horas.

1.2 Dados da Escola – Campo de Estágio
Maria de Nazaré Pereira Vasconcellos, localizada na Rua das Oliveiras, n° 372, Pedrinhas, cidade de Macapá.

Professora colaboradora: Maria da Conceição Pessoa da Silva, 3ª BD, 3ª AC, 4ª A do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

2.REFERENCIAL TEÓRICO

Atualmente a educação está sendo um assunto bastante abordado na sociedade, onde pode-se constatar a necessidade de mudança em termos profissionais (formação, renumeração, valorização, etc.) pedagógicos (desinteresse dos alunos, indisciplina, baixa aprendizagem, etc.) institucionais (numero de alunos, instalações, materiais, etc.) em que podemos analisar e avaliar as dificuldades presentes no ambiente escolar por meio do estágio supervisionado, pois é um aspecto imprescindível para os profissionais que estão no meandro da licenciatura, por incitar uma visão contundente do cotidiano inerente à escola, sobretudo a de auxiliar o estagiário a construir sua identidade baseada nas diversas práticas.
Segundo Pimenta e Lima o estágio serve de parâmetro curricular nos cursos de formação de professores possibilitado que sejam abordadas questões primordiais para a construção da identidade do profissional da educação, assim para vivenciar esse processo é de suma importância que o educador esteja consciente e convicto do desejo de engrenar nesse processo identitáro, considerando os aspectos subjetivos da profissão, ou seja, que o individuo se identifique com tal exercício e assim possa desempenhar com destreza sua função formulando um trabalho construtivo e de qualidade.
Para isso as autoras explanam a necessidade de que o educador não somente esteja entrelaçado ao conhecimento que se converterá no conteúdo de ensino, mas também ao domínio de recursos teóricos e metodológicos para uma melhor transmissão e socialização de tais conhecimentos. Dessa forma atentam para a questão de que se cursos em seu processo de profissionalização garantem a qualidade teórico cientifica, mas são fragilizados á medida em que o aprendizado pleno da profissão é adquirido quase que sozinhos pelos educadores evidenciando assim o marasmo do processo educacional.
Ademais, Pimenta e Lima ainda esclarecem as contribuições dadas pelos Endipes (Encontros nacionais de Didática e Prática de Ensino) que proporcionam uma continua discussão acerca da relação professor - aluno servindo como lócus de formação e auxiliando ainda mais na construção da identidade dos profissionais da educação. Assim podemos constatar que o estágio é um fator decisivo para a formação do educador, já que possibilita uma visualização contundente da díade do professor no ambiente educacional.
No que tange o caráter do professor de ensinar ou transpassar os seus conhecimentos aos seus alunos Paulo freire (2000, pg. 37) afirmar:

Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer da ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. É por isso que transformar é amesquinhar o que há de fundamental humano no exercício educativo: o seu caráter formador. Se se respeitar a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é substantivamente formar.

Dessa forma, os futuros docentes têm que estar apito para saber construir a formação do seu aluno, do modo que o professor tem como tarefa fundamental ser portador da esperança de uma educação melhor, pois o mundo onde vivemos não abre espaço para uma melhoria no ambiente escolar, assim Vasconcellos (2001, pg.53) apresenta para os seus leitores que devemos,

Confrontarmos com a idéia de que o mundo que estar aí é este mesmo e que não há outra saída, precisamos recuperar a capacidade de sonhar, resgatar a utopia de um mundo melhor, ter uma visão de futuro, ter coragem de ousar, propor.

De acordo com os pcns buscam construir uma proposta nacional para a escola, sendo que a nomenclatura desses documentos é uma forma de procurar uma flexibilidade devido ao caráter genérico dos objetivos, conteúdos, avaliações e orientações pedagógicas contidas no documento (pg. 185), assim querem incitar que desenvolvem suas orientações de uma forma global, tudo com o intuito de oportunizar as escolas que se adequem a essas propostas de acordo com suas particularidades em decorrências das variações existentes entre regiões, cultura, meio social, etc., de modo possam garantir a aprendizagem dos alunos. Ademais, os pcns apresentam a língua portuguesa como instância que precisa estar centrada na admissão das variedades lingüísticas próprias do aluno, para que assim lhe seja permitido à conquista de novas habilidades lingüísticas, particularmente daquelas associadas aos padrões da escrita. Sobretudo, sempre que a razão de ser das propostas de uso da fala e da escrita é a interlocução efetiva e não a produção de textos para serem objetos de correção, além disso, as situações didáticas devem ter como objetivo proporcionar ao aluno pensar sobre a linguagem para poder compreende - lá e utiliza – lá apropriadamente as situações e aos propósitos.
Ao trabalho com a língua materna os pcns no ensino fundamental sugerem de forma premente a ampliação do aluno ao domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas instancias publicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar sua inserção efetiva à prática da escrita, ampliando assim, suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania. Nessa perspectiva é sugerido como unidade básico, contemplar nas atividades de ensino as diversidades de textos e gêneros que justamente evidenciam essas diferentes formas de comunicação imprescindíveis ao processo educacional.
Tal que o ensino da língua materna aborda a questão da leitura, da escrita e da produção de textos na educação da língua portuguesa, os gêneros que merecem uma abordagem mais aprofundada e ainda que caracterizem os usos públicos da linguagem. Dessa forma, os textos a serem selecionados são os que, por suas características e usos podem incitar a reflexão mais elaborada o que é primordial para a plena participação numa sociedade letrada.
Referente à EJA percebe-se claramente que tais documentos encaminham a prática pedagógica para o gênero do discurso que através disto possibilita o aluno um melhor aprendizado, pois por meio de uma pratica constante de escuta de textos orais, leitura de textos escritos e de produção de textos orais e escrita os discentes podem aplicar em suas práticas sociais valorizando sua autoestima para que os jovens tenham condições de trabalho adequado.
Assim Antunes (2003) propõe uma nova maneira de ensinar a oralidade, leitura, escrita e gramática nas aulas de português, através de textos, ou seja, tendo como foco o objeto de ensino para que os docentes não se priorizem na mesmice dos livros didáticos, aprendendo a criar seus programas de aula.
A autora apresenta várias estratégias para trabalhar a análise sintática e morfológica dentro dos textos. Ao descrever essas habilidades a ser utilizada, inicia-se com a definição do conteúdo programático que consiste em torno de exercícios mais plenos, fluentes e interessantes da fala e da escrita, incluindo a escuta e a leitura para um processo de ensino e aprendizagem. Para desenvolver a capacidade de falar e ouvir são apresentados vários métodos que o docente pode empregar na sala de aula, essas atividades em torno da oralidade devem privilegiar o uso mais formal do discurso oral, pois, assim os discentes percebem a diferenças lexicais, sintáticas, discursivas que caracterizam a fala formal e a fala informal.
Para que o aluno aprenda a escrever textos complexos primeiramente ele precisa planejar, escrever e em seguida revisar e reformular seu texto, conforme cada caso, para deixá-lo na versão definitiva. Evidente que esse caminho de aprendizado da escrita deverá acontecer gradativamente, dependendo do grau de destreza que os discentes vão demonstrando. Assim propõe que os textos escritos pelos alunos sejam aproveitados no momento em que o professor trabalhar a leitura, além de poemas, fábulas, contos, quadrinhos, provérbios populares, etc., nesta amostragem pode-se observar a quantidade de gêneros textuais que o professor deve providenciar para os seus alunos, assim faz com que os discentes percebam a multiplicidade de usos e de funções a que a língua se presta, observando que a língua que ele estuda é a mesma que circula em seu meio social. Portanto, a leitura deixaria de ser uma tarefa escolar, um simples treino de decodificação, uma oportunidade de avaliação para ser junto com outras atividades, uma forma de interação do aluno com a vida de seu meio social.
Em suma Antunes demonstrar que o professor tem que usar a gramática e os textos juntos, pois ambos não podem trabalhar separadamente, ou seja, mesmo quando se está fazendo a análise lingüística de categorias gramáticas o objeto de estudo é o texto.
Portanto, as grandes mudanças ocorridas na educação durante as décadas, trazem aos profissionais da educação reflexões de suas práticas educativas e administradoras, pois, essas transformações que afetam não somente a educação, mas também a política, economia e o funcionamento do país como um mundo integrado, vêm proporcionar a necessidade de uma administração escolar mais democrática e participativa.
Dentre essas questões que deverão ser revistas está o currículo escolar onde esse deve ser moldado perante a realidade social e cultural dos alunos, assim por meio do estágio constatamos as dificuldades inerentes a esse contexto. Sendo assim, observou-se, em linhas gerais, que a articulação entre a teoria e a prática do estágio tem sido favorável em determinados aspectos da prática docente. Os professores têm se esforçado para relacionar os conteúdos escolares a aspectos da vida dos alunos objetivando o desenvolvimento cognitivo dos mesmos.

3.DADOS DA ESCOLA CAMPO

3.1. HISTÓRICO

A escola foi criada pelo decreto n° 0813 de 24.03.99. Inaugurada em agosto de 1995, com o nome “Escola das Pedrinhas”, fica situada na Vila das Oliveiras, 372, no bairro das Pedrinhas. No inicio contava com 560 alunos distribuídos na pré-escola e 1ª a 4ª serie. Estes alunos vieram da Escola Zolito de Jesus Nunes e Centro de Aprendizagem do Amapá- CENAP.
Na época de sua inauguração o Estado era governado por João Alberto Capiberibe e tinha como secretário o professor Carlos Nilson da Costa.
No ano de 1998 durante uma reunião entre professores, funcionários e comunidade, foi colocado em votação o nome da escola, sendo o da Professora Maria de Nazaré Pereira Vasconcelos aceito por todos.
A referida professora era muito conhecida pela sua dedicação e amor a profissão. Varias portarias lhes foram confiadas pelo desempenho e colaboração na execução dos trabalhos que desenvolvia.
Nasceu no dia 10 de julho de 1943 natural do Amapá-Ap, filha de Delmiro Izaias Pereira e Maria da Silva Pereira. A professora Maria Nazaré Vasconcelos casou-se com Raimundo Santos Vasconcelos com quem teve 06 (seis) filhos (as). Residia na Av.: dos Xavantes,97 Beirol. Atuou como professora no ensino primário, 1ºe 2º graus no território Federal do Amapá, alem de ter feito vários cursos e treinamentos para o aperfeiçoamento do exercício do magistério. Desenvolveu suas atividades na Escola Paroquial São Pedro. Foi aposentada somente no ano de 1986, Quando ate então atuava como professora na Escola Zolito Nunes. Falesceu em 09 de setembro de 1996.
A Escola Estadual Maria de Nazaré Pereira Vasconcelos, durante esta década passou por algumas reformas: construção de algumas salas, mudança no quadro docente, implantação do Ensino médio.
Manter 03 modalidades: Ensino Fundamental 1º a 8º series, Educação de Jovens e Adultos (EJA)1º a 4º Etapa e o Ensino Especial. No ano de 2009, em função do reordena mento escolar, excluiu a 1ª serie e matriculou a partir da 2ª serie, mantendo uma media de 1800 alunos distribuídos em 17 salas de aula. No ano de 2009 como recursos de aprendizagem tem: Telessala, sala de leitura, sala de leitura, biblioteca, laboratório de informática, e laboratório móvel de ciências.
Contou com administração dos (as) seguintes diretores (as): Maria Luiza Moraes da Silva, ano de 1995, Paulo Bezerra Nascimento, ano de 2007, auxiliado pelo secretario administrativo Melquezedeque Nunes Monteiro e as secretarias escolares Williana Alberto Borges, ano de 1995, Maria Rita Mendes Duarte, ano de 2004, Maria Zelinda Nunes Marques, ano de 2008 e atualmente Maria de Fátima dos Santos Picanço, que muito colabora com o desenvolvimento da escola. Atualmente conta com a administração da professora Marcilene dos Santos Costa, auxiliado pelo diretor adjunto Amélio Trindade, secretária Escolar Maria Zelinda Nunes Marques e das Técnicas: Mariza Dias, Lívia Flora Freitas Souza, Marly da Cunha Sá, e Edilene Santos Abreu e ainda 107 professores e funcionários.

3.2. ESTRUTURA FÍSICA

A escola Maria de Nazaré Pereira Vasconcelos, recentemente passou por reformas, que tornaram a escola uma das mais belas do estado. Sua estrutura física é construída em alvenaria, possuindo três andares onde estão dispostos os seguintes ambientes: 49 salas de aula, 01 sala dos professores, 01 Biblioteca, 33 banheiros, divididos da seguinte forma: 10 banheiros no 1º piso, 12 banheiros no 2º piso, 08 banheiros no 3º piso, 02 banheiros na quadra e 01 banheiro na copa, 01 sala destinada ao corpo técnico, 01 sala destinada à secretaria da escola, 01 sala onde funciona a direção escolar, 01 refeitório, 01 copa, 02 depósitos e uma sala destinada ao LIED, alem de um jardim ao redor da escola, com área de lazer e lanchonete.

3.3. CORPO DOCENTE

A escola conta com um corpo técnico docente composto por: 04 pedagogos com formação no ensino superior, 68 professores em sala de aula, sendo 66 com o Ensino Superior e 02 com formação do Magistério, 03 gestores, sendo 02 com ensino superior e 01 com ensino médio. Escola conta também com o pessoal de apoio, sendo eles 08 com o ensino médio e 12 com o 1º grau incompleto. Na escola há professores e funcionários dispostos em diversos ambientes com as seguintes formações: 15 professores com o nível superior, 03 professores com formação no magistério, 02 funcionários com o nível superior, 02 funcionários cursando o ensino superior, 1 funcionário com o 2º grau completo e 01 funcionário com o 2º grau incompleto.
Com o profissionalismo de todos os funcionários e a ajuda dos alunos a escola desenvolve vários projetos pedagógicos, dentre os quais destacam-se: o Vôo da Águia, Projeto de Xadrez, Projeto aprendizes da cidadania, destinado aos alunos de 1ª a 4ª serie no LIED; click para incluir destinado aos alunos concluintes no ensino fundamental em parceria com o (SENAC), como forma de incluir esses jovens e adultos no mercado de trabalho; ler e produzir: relação entre o ensino e o desenvolvimento das capacidades intectuais dos alunos, para alunos de 3ª e 4ª etapas da educação de jovens e adultos- EJA, na disciplina de oficina de trabalho; projeto trabalhando a leitura no cotidiano escolar, desenvolvido na sala de leitura; lendo e relendo o mundo, projeto da biblioteca e feira temática e cultural, criada para desenvolver a iniciação cientifica e cultural dos alunos. Outrossim, projetos como: Páscoa , Festa Junina, Projeto de Leitura, dia do estudante, IV FETEC, Festa da família, Talentos, meio ambiente e As Marias.

3.4. ALUNOS

Diagnostico final: No que se refere às turmas de 2ª a 7ª serie do E.F. (1º Turno) tem-se 575 alunos matriculados nesta modalidade sendo que: 351 foram aprovados, 107 aprovados com dependência, 71 reprovados, 22 abandonos, 19 transferidos, e 5 cancelamentos. As turmas de 5ª a 8ª serie (2° Turno) tem um numero final de 572 matriculados, onde, 275 foram aprovados, 118 aprovados com dependência, 94 reprovados, 47 abandonos, 21 transferidos, e 17 cancelamentos. Nas turmas de 1ª a 4ª Etapa (3° Turno) foram 654 matriculados, sendo que, 231 foram aprovados, 34 aprovados com dependência, 52 reprovados, 250 abandonos, 42 transferidos, e 44 cancelamentos. E na modalidade da 8ª serie (3° Turno) foram 42 matriculados onde, 14 foram aprovados, 2 aprovados com dependência, 4 reprovados, 16 abandonos, 5 transferidos, e 1 cancelamento.
Frente a estes dados e seu diagnostico geral e final, obtemos os seguintes índices da escola:

Através deste gráfico podemos considerar que a escola possui um alto índice de evasão escolar, pois, a instituição atende alunos advindos de diversas localidades da cidade de Macapá, sendo este um dos principais problemas que agravam a estatística de evasão. Esse número chega a ser maior na educação de jovens e adultos - EJA em virtude da maioria trabalhar durante o dia.

4.DETALHAMENTO DO ESTÁGIO

As atividades realizadas na Escola Estadual Maria de Nazaré Pereira Vasconcelos foram realizadas no interstício de 28 a 10 de novembro de 2010, no período da noite na Educação de Jovens e Adultos (EJA), sob orientação da professora Fádia Cristina da Silva.
O primeiro contato com a referida escola ocorreu em 28 de novembro de 2010 para entrega do ofício à orientadora da escola que as direcionou a professora de Língua Portuguesa Maria da Conceição Pessoa da Silva, para juntas acordarem os pormenores referentes às atividades a serem realizadas, bem como observações e ministração de aulas.
O retorno das acadêmicas ocorreu em 03 de novembro para observação da dinâmica escolar nas turmas 3BD e 3AC (ambas de 5° e 6° serie). A primeira continha aproximadamente 19 alunos, na qual a professora realizou primeiramente, uma revisão referente às Variantes Lingüísticas e posteriormente aplicou um exercício para fixação do conteúdo. Os alunos estavam inibidos-talvez pela presença das acadêmicas - e não fizeram muitos questionamentos a professora. Além disso, pode-se constatar que a turma era composta, predominantemente por jovens entre 15 a 17 anos, aparentemente calmos e atenciosos. Assim, a professora aplicou um exercício em que era requerida a identificação das variantes lingüísticas, aliado a interpretação do texto o que no momento da correção, incitou a participação oralmente dos alunos.
Na turma 3AC o situação foi bem diferente, a classe continha 31 alunos,sendo o espaço visivelmente incompatível com a quantidade de discentes. A professora aplicou um exercício sobre as Variantes Lingüísticas, mas não teve êxito em virtude da indisciplina dos alunos, muitos estavam dispersos ouvindo música no celular, outros com conversas paralelas, enfim, eram poucos os que estavam interessados no conteúdo regido o que prejudicou a qualidade da aula.
O dia 04 de novembro foi escolhido para uma observação pormenorizada do espaço escolar, em que as acadêmicas visitaram primeiramente a biblioteca, sendo esta localizada em uma sala organizada, mas relativamente pequena para a quantidade significativa de acervos bibliográficos existentes, a funcionária presente na sala quando questionada a cerca do número de livros didáticos declarou não ser a responsável pela referida sala e por isso não tinha conhecimento de tal informação.
Assim, as acadêmicas visitaram a secretaria escolar com o intuito de obter diversas informações tais como: Projeto Político Pedagógico (PPP);estatísticas de evasão;histórico escolar; corpo docente;projetos desenvolvidos;etc.A secretária muito atenciosamente,em virtude da presença de outros acadêmicos do IESAP, que estavam em busca dos mesmos dados,construiu um documento que agrupava todas as informações requeridas e argumentou ainda, que a escola não possuía PPP e nem PDE o que era lamentável já que esses são documentos imprescindíveis para o regimento harmonioso do espaço escolar.Assim, quando estavam no corredor da escola as acadêmicas foram abordadas por uma funcionária que pediu para não ser identificada,a mesma declarou as dificuldades enfrentadas pela instituição bem como, a falta de material didático para realização de atividades corriqueiras- falta de papel na secretaria para a impressão de declaração pedidas pelos pais ou ainda,para o desenvolvimento de atividades para os alunos- alem da nítida preocupação com o exarcebado número de evasão escolar ,evidente principalmente na EJA, o que segundo ela é explicado por esses empecilhos que dificultam o trabalham principalmente dos educadores que acabam arraigados a práticas ligadas a mesmice,não conseguindo desenvolver um ensino atrativo a esses alunos em maioria trabalhadores.
Em seguida as estagiárias visitaram os banheiros e constataram que havia os reservados a deficientes físicos e que alguns precisavam de pequenos reparos. A quadra poliesportiva era bem ampla e alvo de pichações,assim como as paredes das salas,cadeiras e mesas. Ademais, por meio de uma entrevista com a professora responsável pelo laboratório de informática (LIED) foi declarado por ela que a sala possuia 18 computadores,sendo um de uso exclusivo do professor com acesso a internet, a mesma enfatizou os êxitos alcançados pelo projeto e lamentou apenas a falta de ar condicionado na sala o que incomoda e compromete a aprendizagem dos alunos devido o calor excessivo.
No dia seguinte 05 de novembro de 2010 as estagiárias foram exclusivamente a escola para acordarem com a professora Maria da Conceição – já que as observações tinham sido realizadas- os assuntos a serem ministrados por elas nas referidas salas visitadas, porem a professora explicou que a intervenção na 3BD não seria possível em virtude da aplicação de uma avaliação, mas que a turma 4A estava disponível. A educadora propôs ainda, que fosse trabalhados na turma 4ª A as Orações Coordenadas e na 3ª AC os numerais. Diante do foi proposto às acadêmicas: Letícia Alves e Gércica Mendes ficaram incumbidas de reger concomitantemente a turma 4A e Mirlla Wanne a 3ª AC.
Como as estagiarias não haviam realizado as observações na turma 4A retornaram no dia 08 de novembro de 2010 com a finalidade de adquirirem um conhecimento mais amplo sobre os alunos dessa turma, para que assim, elaborassem um plano de aula que atendesse suas dificuldades. Nesse dia, a professora Conceição desenvolveu uma atividade inerente aos Gêneros Textuais, para isso dividiu a turma em pequenos grupos, estes tinham a tarefa de construir um cartaz utilizando recortes de revistas, todos com a incumbência de produzir uma carta.As estagiárias perceberam que alguns estavam inquietos e não realizaram a atividade proposta o que não prejudicou de forma significativa o encaminhamento da aula, pois a maioria participou ativamente .
No dia 09 de novembro foi ministrada aula sobre Orações Coordenadas na turma anteriormente citada. As acadêmicas, primeiramente organizaram a sala deixando as carteiras todas próximas a parede para realização da dinâmica posteriormente desenvolvida. Logo após, escreveram ao quadro o assunto a ser trabalhado e incitaram os alunos para identificar se os mesmos tinham algum conhecimento inerente as Orações Coordenadas, assim alguns declararam que sabiam as conjunções. A partir disso, as acadêmicas começaram a repassar o conteúdo sempre requerendo a participação dos alunos, sem êxito em decorrência da indisciplina de alguns. Após o termino da explicação, as mesmas propuseram dividir a turma em dois grupos para realização da dinâmica, depois de muita insistência os alunos atenderam ao pedido. Dessa forma, eram ditas frases e cada grupo respondia, de acordo com seu julgamento, qual a classificação cabível. O grupo B obteve mais acertos, porem, todos ganharam bombons em forma de agradecimento pela participação e desempenho.
No dia 10 de novembro de 2010, foi o ultimo dia das acadêmicas na referida escola, em que a estagiaria Mirla Wanne Souza, realizou sua intervenção na turma 3º AC. No inicio elas perceberam que os alunos estavam demasiadamente agitados, mas a medida que a estagiaria dava continuidade na aula os mesmos se acalmaram.
Primeiramente a acadêmica organizou a sala em dois grupos, para posteriormente iniciar a dinâmica. A estagiaria constatou inicialmente os conhecimentos já existentes dos alunos acerca dos numerais, logo após iniciou a ministrar a aula. Sendo que os alunos permaneceram relativamente calmos, devido a interação descontraída com a estagiaria. Terminando esta etapa deu-se inicio a dinâmica, sendo que as acadêmicas que estavam auxiliando-a retiravam frases em de uma caixa, em que era pedido para os representantes de cada grupo responderem em que classificação de numerais cada um se enquadrava. A realização da dinâmica foi tranqüila e divertida sendo que o grupo A conseguiu vencer em virtude de terem mais acertos. Assim foi distribuído uma caixa com bombons para cada grupo em forma de agradecimento pela boa recepção dada as estagiarias.

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto neste relatório e Inseridos diretamente no contexto escolar, participando ativamente mesmo que de forma superficial, percebe-se que foi incontestavelmente positivo os resultados obtidos com o estagio supervisionado em Docência II, principalmente no que tange a aquisição de experiência que nos foi propiciada no contato direto com os alunos, através da intervenção em sala de aula, onde os professores deparam-se com diversas situações que nos enquanto acadêmicos não esperamos que hajam no referido contexto, No entanto através desta experiência abriu-se grandes horizontes que nos permitem ver o quanto é trabalhoso e ao mesmo tempo gratificante, ser um educador e poder contribuir para a formação de um cidadão digno dentro do âmbito escolar.
Ademais, as experiências vivenciadas leva-nos a perceber que há muito o que fazer para que situações inaceitáveis como ensinar qualquer coisa, de qualquer maneira ao aluno deixem de ocorrer e sejam sanadas de forma a realmente propiciar a aluno um aprendizado de qualidade para que o mesmo seja capaz de relacionar-se de igual para igual em nossa atual sociedade, que cobra a cada dia mais de nos.
Outrossim, este estagio nos permitiu colocar em pratica o que no decorrer de 5 semestres nos foi repassado em teoria na faculdade, e nos fazer perceber que neste meio de docência há muito mais do que teorias, pois para lidar com alunos que tem diferentes referencias sociais, é necessário ser paciente, procurar entender o contexto em que cada aluno esta inserido afim de lhe oportunizar, não apenas o bem viver no âmbito escolar , mais também no social.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Aula de Português. 2ª ed. São Paulo: parábola, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 15ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Resgate do Professor como sujeito de transformação. 8ª Ed. São Paulo: Libertad, 2001.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação – PCN + Ensino Fundamental: Linguagens, códigos e suas tecnologias: Brasíl: MEC; SEMTEC, 2002.

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